Como resolver conflitos no Planning Poker quando o time não chega a um consenso
Em times ágeis, o Planning Poker é uma das técnicas mais utilizadas para gerar estimativas coletivas e fomentar discussões sobre complexidade. Porém, nem sempre o processo é simples: em muitas situações, o time não chega a um consenso. Isso pode gerar frustração, atrasar a cerimônia e até comprometer a confiança entre os membros. Como tech lead, PM ou PO, é fundamental saber intervir sem impor decisões, mantendo o espírito colaborativo do ágil.
Por que os conflitos acontecem?
Os conflitos geralmente surgem quando membros têm percepções diferentes sobre o esforço ou complexidade de uma tarefa. Enquanto alguns enxergam simplicidade, outros consideram riscos técnicos, dependências externas ou incertezas no requisito. Essas visões distintas não são um problema em si — pelo contrário, revelam pontos cegos que precisam ser discutidos.
Estratégias para conduzir a discussão
- 📌 Dar voz aos extremos — peça para a pessoa que deu a menor e a maior estimativa explicarem seus pontos. Isso expõe argumentos técnicos e abre espaço para esclarecimentos.
- 📌 Revisitar a descrição da tarefa — muitas vezes o problema está na falta de clareza do requisito. O PO pode detalhar melhor a história ou dividir em subtarefas.
- 📌 Usar técnicas de facilitação — timeboxing (limitar o tempo de discussão) e round-robin (cada um fala rapidamente sua visão) ajudam a manter a objetividade.
- 📌 Lembrar do propósito da estimativa — o objetivo não é ser 100% preciso, mas alinhar entendimento sobre esforço relativo e riscos.
- 📌 Buscar convergência progressiva — se não houver consenso, proponha uma segunda rodada com foco nos novos argumentos. Em muitos casos, isso já basta para alinhar.
E quando o consenso não vem?
Mesmo após discussões, pode ser que o time não chegue a um número final. Nesses casos, o papel do tech lead ou PM é guiar para uma decisão pragmática, sem impor uma visão pessoal. Algumas opções incluem:
- 👉 Escolher a estimativa mais alta para absorver riscos (prática comum quando há incerteza).
- 👉 Criar uma spike (tarefa de investigação) para reduzir a incerteza e reestimar depois.
- 👉 Usar a média ou mediana como estimativa temporária, ajustando conforme aprendizado durante o sprint.
O papel do líder na resolução
A postura do tech lead, PM ou PO deve ser de facilitador, não de juiz. A chave está em estimular a escuta ativa, garantir que todos tenham voz e manter o foco no objetivo do sprint. O que importa não é acertar o número exato, mas alinhar o time sobre o desafio e reduzir incertezas. Um líder que transforma conflitos em discussões produtivas fortalece a confiança e a maturidade ágil do time.
Em última análise, os conflitos no Planning Poker são oportunidades de aprendizado. Eles expõem percepções diferentes que, se bem mediadas, elevam a qualidade da entrega e a colaboração entre os membros.
Fontes e Referências
- Mountain Goat Software — Planning Poker: https://www.mountaingoatsoftware.com/agile/planning-poker
- Scrum.org — Facilitation Techniques in Scrum Events: https://www.scrum.org/resources/blog/facilitation-techniques-scrum-events
- Atlassian Agile Coach — Estimation Techniques: https://www.atlassian.com/agile/project-management/estimation
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